Enganos e sugestões para a Escola Pública, séries iniciais ao ensino médio

Em visita recente a Campo Grande, o ministro da educação, Rossieli Soares participou da solenidade de entrega de obras e melhorias, bem como a implantação do Centro Nacional de Mídias (CNME) em escolas estaduais.

A E.E. Lúcia Martins Coelho que atende mais de 260 alunos do Ensino Médio em tempo Integral, inclusa no programa Escola da Autoria, a unidade obteve no último relatório do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), a nota 5,4 – índice muito acima da média nacional das escolas estaduais, que hoje é de 3,5. Também foi beneficiada a E.E. José Barbosa Rodrigues com a reforma do prédio e implantação do Centro Nacional de Mídias no Estado (CNME) em escolas estaduais. Outro exemplo é a E.E. Professor Emydio Campos que aderiu ao ensino médio em tempo integral, processo iniciado em 2017 em todo o Brasil, elevando o rendimento escolar e, consequentemente, diminuindo a evasão escolar. O resultado foi observado logo após uma mudança na metodologia. Foi necessária a adaptação de todos de alunos e funcionários tendo assim resultados positivamente surpreendentes.

O Centro Nacional de Mídias no Estado (CNME) em escolas estaduais é um projeto que nasceu no estado do Amazonas há quase 10 anos e hoje se estende em vários estados do país como Bahia, Piauí, Pará e, agora, Mato Grosso do Sul. Consiste numa ferramenta que permitirá implantar o Novo Ensino Médio. Seu objetivo principal é uma construção coletiva e democrática do conhecimento, trazendo uma interatividade entre educadores e alunos. Na época das redes sociais a interatividade “on line” pode e deve ser um instrumento que favoreça a educação. Conhecimentos obtidos em Oiapoque podem ser repassados em tempo real ao Arroio Chuí. Isso constrói e reconstrói a educação. Professores e gestores têm a obrigação e o dever de entronizar isso. Trabalhamos pelos alunos e, por eles somos.

E por que não nas séries iniciais?

O Brasil enfrenta dificuldades na alfabetização. Realidade. Um terço das crianças não sabem ler e escrever palavras simples; “avançam” de series sem, sequer,  terem  tido a devida atenção no aprendizado. Sem compreender o texto, não apreendem apenas a gramática, mas não têm compreensão de qualquer das matérias. “Imagine um aluno entendendo “área” como uma extensão da casa, não como um espaço geográfico”. Apreender é diferente de aprender. Ainda que alguns não gostem ou consintam, entendo que devamos mesclar teóricos educadores, em prol e benefício dos educandos. Novas ideologias educacionais carregam em si o discutir, dialogar entre os mestres professores, Depois de tanto, levar aos alunos, educandos, ou como quer que chamem uma base curricular, sem dúvidas.

Politizar a educação é necessário, sim, pois todos nós somos seres sociais e principalmente políticos. Nossa sociedade, e qualquer sociedade, é um universo político, mas não partidarizado.

Carregam defasagens de uma série para a outra, que se procriam. Pais e professores, quando percebem essa lacuna, recorrem à aulas particulares, àqueles pais que por vezes ainda têm algum recurso para isso. É fato, a alfabetização deve ocorrer nos dois primeiros anos das séries inicias. E se não ocorre?

Onde houve a falha? Projetos por vezes, são excelentes no texto, no papel, porém não são executados de maneira incorreta. Falta e descaso de gestores dentro da própria unidade escolar, e outros fatores simples e complexos que acabam recaindo sobre o aprendizado do aluno, que estudam durante 14 anos na educação básica e apenas 7% deles compreendem matemática básica e português. Faz-se necessário uma mudança radical na metodologia de ensino. Hoje, o modelo atual produz desmotivação. O aluno não suporta mais ficar sentado durante 4 horas ouvindo aulas desinteressantes.

Houve, sim, uma alteração melhor, avançada, progressista em relação à educação básica. No entanto nos falha o fazer. O que trava a educação é, geralmente a metodologia aplicada em sala de aula. Teorizou-se demais a educação e perdeu-se a noção “do educar” da construção do saber fundamental aplicada à época do magistério. Educar é gostar. Gostar de ensinar, gostar de conviver com os alunos, e aprender com eles. Todos os alunos trazem uma bagagem de conhecimento dentro de sua própria história. Isso não pode ser desprezado.

A Base Nacional Comum Curricular é o principal desafio e meta do próximo governo.

Base Nacional Comum Curricular “Definida na lei de Diretrizes” e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei n. 9394/1996), a Base deve nortear os currículos dos sistemas e redes de ensino das Unidades Federativas, como Também as propostas pedagógicas de todas as escolas públicas e privadas de Educação Infantil, ensino Fundamental e Médio em todo o Brasil.

Cada unidade escolar tem a sua própria gestão, sua proposta pedagógica, ou seja, está na mão de cada orientador/administrador educacional a interpretação e implantação de metodologias diferenciadas dentro da Base Nacional Comum Curricular, que lhe dá liberdade e amparo para trabalhar dentro das subjetividades de sua comunidade.

Professora Laurinda Bento

Um comentário sobre “Enganos e sugestões para a Escola Pública, séries iniciais ao ensino médio

  1. A Escola Henrique Cyrillo Correa também foi contemplada com a implantação de período integral, porem esse ano ela excluiu o primeiro ano do ensino fundamental, ocasionando alguns transtornos para os pais que tinham seus filhos estudando no Educandário Getúlio Vargas, que abrigava os alunos do primeiro ano fundamental em tempo integral através da parceria com a Escola Henrique Cyrillo.
    Devido uma queda de braço envolvendo a mantenedora do Educandário Getúlio vargas e a diretora da Escola Henrique Cyrillo, quem sofre são os pais que terão de procurar outra escola para seus filhos e separando irmãos que estudam na instituição e agora são obrigados a trocar de escola, pois não é possível dar continuidade aos estudos no Educandário, onde abrigam alunos do maternal até a pré-escola em tempo integral.
    Os alunos da pré-escola que concluíram no Educandário Getúlio Vargas continuavam os estudos na escola Henrique Cyrillo, que é localizado uma ao lado da outra, facilitando a vida de muitos pais.

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